Carimbó Modelo

Em 1993, junto um pequeno grupo de amigos e acompanhado de se filho mais velho, o Sr. José Pinheiro (Zeca Lima), teve a iniciativa de formar um conjunto de carimbó em Castanhal, já que não se tinha registro de nenhuma formação semelhante na cidade. O grupo, composto por seis pessoas, iniciou suas apresentações e com o fortalecimento do conjunto, o grupo passou a ser conhecido como Conjunto de Carimbó Modelo de Castanhal, em homenagem ao município, que tinha o título de Cidade Modelo.

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Cultura e História

Nem só de samba vive a musicalidade brasileira. A cultura amazônica, por exemplo, que recebeu importante influência negra e indígena, tem outras preferências musicais e rítmicas. Nossa região possui cultura, hábitos e tradições que persistem e quase não foram alteradas através dos tempos, mesmo com as massivas propagandas subliminares veiculadas na grande mídia nacional, a exemplo do axé music, música sertaneja e outras tantas.
Apenas o forró, o suíngue e o calipso conseguiram entrar na região, o primeiro em áreas colonizadas por nordestinos (ex-soldados da borracha), em especial no Acre, Roraima e Rondônia. Hábitos culturais e culinários regionais exuberantes, com aromas e sabores personalíssimos ainda se mantêm, em alguns aspectos quase inalterados.

O brega, a toada do Boi de Parintins e o carimbó formam o tripé musical da Amazônia cultural e artística. Em Manaus, pelo menos um dia da quadra momesca é dedicado exclusivamente às toadas do Boi de Parintins, denominado Carnaboi, influência que atinge até os festejos do aniversário da capital amazonense, em outubro, com o Boi Manaus.
A toada do Boi de Parintins nada tem a ver com a do tradicional Bumba Meu Boi do Maranhão. Ela nasceu no mesmo processo de transformação do folclore na ilha Tupinambarana, com destaque para os surdos e caixinhas, colocando as baterias em segundo plano. A coreografia tem movimentos de pernas tipo “dois pra lá, dois pra cá”, sincronizados com os braços e corpo. As toadas ganharam força e espaço na mídia nacional com os cantores Zezinho Corrêa (Grupo Carrapicho), Fafá de Belém e David Assayag.
No interior do Estado, os diversos municípios também realizam suas próprias festas, como Manacapuru, com seu Festival de Cirandas, ou o Festival da Canção de Itacoatiara, com artistas, compositores e intérpretes regionais. Além das toadas do Boi-bumbá, a riqueza musical e coreográfica da Amazônia apresenta um grande elenco de músicas, ritmos e danças, como a dança das pretinhas d’angola, o bangüê, o batuque, o marabaixo, o gambá, o carimbó, o siriá, a chula marajoara, a dança do coco, a ciranda, o lundu, a marujada de Bragança, o marambiré, o oabaluaiê, o samba do cacete, a dança dos vaqueiros de Marajó e outras tantas. Isso sem falar no brega e no forró, que são as mais populares na região.
O Amapá, eivado de cultura negra, onde se destacam os grupos Senzalas, Pilão e Negro de Nós, além de vários cantores e compositores locais, traz em seus talentosos artistas o jeito de cantar as coisas da Amazônia, diferente da negritude baiana. Os amapaenses mostraram o que há de melhor na música tucujú, com muito batuque, marabaixo, cacicó e zouk (os dois últimos ritmos da cultura das Guianas e Caribe, característicos da região).
O brega e o carimbó dominam os palcos e salões paraenses, ritmos que venceram a imensidão regional levados pelas ondas do rádio e pelos canais de televisão. Essas tendências musicais se expandiram de fato nos anos 70, firmando-se nacionalmente como uma nova performance, com muito suíngue. O brega, aliás, que foi inspirado no suíngue, em especial na música “It´s now or never”, interpretada pelo “rei” Elvis Presley, passando naturalmente por várias fases de renovação e mudanças. Ritmo quente e letras irreverentes, o brega ocupou cada vez mais espaço e atenção nas mídias regionais.
Atualmente, o brega ganhou mais popularidade, novos intérpretes e compositores: Roberto Vilar (maior vendagem de disco), Tonny Brasil, Banda Sayonara, Banda Xeiro Verde, Banda Sabor de Açaí, Calypso, dentre outros. Mas, sem dúvida, seus maiores expoentes nacionais são os cantores Reginaldo Rossi e Wanderley Andrade, que mostram carisma e têm uma legião de fãs espalhada em todos os cantos.
No palco e nas reportagens sobre o ritmo, o brega é um grande fenômeno junto ao público. Mas longe do sucesso meteórico dos grandes astros que conta com a estratégia de publicidade de gravadoras multinacionais, produtoras, selos e a divulgação na grande mídia, o brega paraense se desenvolve com seu estilo próprio. Esse movimento musical caracteriza-se por uma variedade de estilos de músicas, incluindo os já conhecidos brega pop e calipso. Seus autores, entre eles o maestro Manoel Cordeiro, afirmam que essa atual denominação calipso é mais vendável, porque o paraense da classe média, apesar de gostar do estilo musical, não tem muita simpatia pelo nome brega, pois sempre associa a palavra a algo cafona, termo tão utilizado no passado.

Mas é o carimbó que assume mais plenamente a personalidade paraense. O município de Marapanim, no Estado do Pará, defende o direito de ser o criador da música e do ritmo alucinante que marca este folclore paraense. Carimbó é o nome dado ao instrumento de percussão feito de um tronco escavado de um metro de comprimento por 30 centímetros de diâmetro, em cuja extremidade é esticado um couro curtido, que produz o som. Naturalmente que os tambores vieram do batuque, base rítmica da cultura negra introduzida no Brasil pelos escravos africanos, mais tarde assimilados por índios e brancos.
O renomado escritor paraense José Veríssimo afirmou que na dança do gambá ou tambores de gambá, em Óbidos, se usavam os mesmos tipos de percussão. Na região canavieira do Estado, em Igarapé-Miri, predominava o bangüê, que também usava o mesmo instrumento. Conclui-se, portanto, que o carimbó ou curimbó surgiu da necessidade que os negros sentiam de se divertir com a música adaptada das rodas de samba, que favorecia o distanciamento do estado nostálgico dos escravos que viviam nos sítios e fazendas da região. Porém, ao que tudo indica, Marapanim foi de fato o lugar onde nasceu a dança do carimbó, surgido no sítio chamado Santo Antônio, hoje Maranhãozinho, no mesmo município. Os registros da irmandade de São João Batista dão conta de que as cantorias eram feitas com atabaques. A partir daí foi aproveitado o nome do tambor para a dança do carimbó, que passou a incorporar uma das riquezas culturais do município de Marapanim e, logicamente, do Estado do Pará.

No fim do século XIX, a polícia não admitia a dança, pois afirmava que era dança de desocupados, dança de negros, dança de escravos e isto criava problemas seríssimos, pois os brancos não aceitavam esta manifestação da negritude. Mais tarde o carimbó se tornou uma festa de temporada e as autoridades reservaram o mês de dezembro para que fossem levantados os barracões, onde se dançava a noite toda. A aceitação veio em função do espírito religioso, pois os negros também queriam homenagear São Benedito.

O carimbó que se pratica hoje na região do Salgado é definido como carimbó praiano, diferente na parte coreográfica do carimbó rural e do pastoril. O carimbó praiano é dançado de forma ereta, onde o cavalheiro é o centro das atenções porque lhe cabe a primazia de tirar a dama para dançar; já no carimbó rural e pastoril, o cavalheiro dança agachado, bem chegado ao lundu, que se dança no arquipélago do Marajó.

O carimbó teve inúmeros mestres nessa arte, porém o destaque maior fica para Lucindo Costa, conhecido como Mestre Lucindo. Mas devemos reconhecer a contribuição de inúmeros cantores como Eliana Pitman, que talvez tenha sido a primeira artista nacional a reconhecer o carimbó como música; Roberto Leal, que internacionalizou o ritmo; Nazaré Pereira e o velho Pinduca, que ganhou até mesmo o título de Rei do Carimbó.

Além dos ritmos e danças mais tradicionais da Amazônia, como a toada, o carimbó e o brega, outras compõem o elenco regional, dentre eles o marambiré, por exemplo, que é a dança do quilombo do Pacoval, vila alenquerense localizada à margem do rio Curuá, cujos festejos também homenageiam São Sebastião.

fonte:http://amazonview.uol.com.br/cultura_historia.php?cod=20
Dança e ritmo da Amazônia Ed. 89