Carimbó Modelo

Em 1993, junto um pequeno grupo de amigos e acompanhado de se filho mais velho, o Sr. José Pinheiro (Zeca Lima), teve a iniciativa de formar um conjunto de carimbó em Castanhal, já que não se tinha registro de nenhuma formação semelhante na cidade. O grupo, composto por seis pessoas, iniciou suas apresentações e com o fortalecimento do conjunto, o grupo passou a ser conhecido como Conjunto de Carimbó Modelo de Castanhal, em homenagem ao município, que tinha o título de Cidade Modelo.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

'Piranha' mostra a conquista do carimbó no Ceará

A passagem do músico franco-espanhol Manu Chao por Belém, no dia 30 de maio do ano passado, foi o ponto de partida do projeto de documentário cearense “Piranha: O Carimbó no Ceará”, com direção de Tibico Brasil. O média-metragem de 50 minutos, que está em fase de finalização e captação de recursos, mostra como o ritmo nascido da fusão das culturas negra e indígena no Pará e suas variantes - como a guitarrada e a lambada - viraram febre na terra do forró na década de 80.

Agora o carimbó se acrescenta à lista de influências de um número cada vez maior de artistas contemporâneos.

“No caso do Ceará, o carimbó assumiu um espaço dentro do vácuo musical que passávamos na época”, afirma o diretor. “Era um período de entressafra na música cearense. O forró tradicional, como o de Luiz Gonzaga, tinha decaído em popularidade, e o forró eletrônico, que ia tomar de assalto a década seguinte, nem havia sido pensado”.

Nas praias nordestinas, o gênero folclórico amazônico originalmente dançado em passos largos e tomando certa distância entre os parceiros foi aclimatado como uma dança coladinha.

“Grande parte do sucesso se deu porque era uma música ótima para se chegar nas meninas”, admite Tibico.

E a geração de Tibico viveu intensamente seu momento carimbozeiro. Nos anos 80, músicos como Alípio Martins, Vieira, Pinduca, Carlos Santos, Pim, Aldo Sena, Beto Barbosa e Mário Gonçalves experimentavam uma vida dupla entre Fortaleza e Belém. Tocavam nas rádios, eram atrações em programas de auditório como o de Irapuan Lima, espécie de Chacrinha da tevê cearense, e se apresentavam regularmente.

Para retratar esse período, o documentário traz depoimentos dos principais expoentes do cenário paraense, como Pinduca, Aldo Sena, Pim e Mestre Vieira. No caso de Alípio Martins, morto em 1997, e cuja música “Piranha” dá o título do documentário, serão usadas imagens de arquivo. O atual estágio de produção do média conta com cerca de doze horas de filmagem, com locações em Belém e nos municípios paraenses de Igarapé-Miri e Barcarena.

Durante a pesquisa, os produtores puderam perceber inclusive os atuais frutos desse intercâmbio cultural. O carimbó pop que amplificou a música tradicional paraense serviu posteriormente de base para o forró eletrônico cearense.

“Os músicos paraenses não tinham a dimensão de como iam influenciar o forró. Temos uma série de músicos que acabaram nascendo e se formando pela influência desse repertório do carimbó e guitarrada. A cantora Eliane, conhecida como rainha do forró, faz parte dessa geração, assim como a banda Mastruz com Leite, que fez um disco inteiramente dedicado ao Pinduca. Eles foram os precursores da modernidade no som mais regional”, afirma Tibico.

O projeto ainda prevê o encontro dos mestres paraenses do carimbó para um grande show em Fortaleza.

“Como é uma produção independente, estamos fazendo o filme por pedaços. Vamos produzir um show reunindo os que fizeram parte dessa história”, diz o diretor.

“Não temos a pretensão de fazer um documentário sobre a origem do carimbó. Minha vontade é apenas relembrar parte da minha juventude”, conclui.

Quem sabe agora, com as graças de Manu Chao, o carimbó e sua prima pobre, a lambada, possam experimentar um revival de sucesso sem culpa.

Fonte: Diário do Pará - Caderno Você (Adaptado)
Quarta-feira, 19/01/2011

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